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                   JULIO  AMELLER RAMALLO 
                  (  Bolívia – Sucre ) 
                  ( 1913-1977 )  
                    
                  Poeta  e educador. 
                  Membro  da 'Gesta Bárbara' e 'Fuego de la Poesía' em La Paz. A Banda Gay Saber venceu  nos Jogos Florais de Cervantes desta mesma cidade (1947) e nos da Universidade  'Tomás Frías' de Potosí (1949). 
                  Juan  Quirós sobre De la Sombra y el Alba (1961), comentou: " Um breve volume de  poesia, um dos mais valiosos e originais entre os que surgiram no país nos  últimos anos". 
                  Porfirio  Díaz Machicao o define como " Um dos mais valiosos representantes de sua  geração ".   E Yolanda Bedregal  observou: " Verbo rico e vigoroso, cobre um amplo registro. Seus poemas de  vale são suculentos e sensuais. Ele é um dos melhores poetas  contemporâneos." 
                  Em  1991 o escritor Alberto Guerra Gutiérrez fez a seguinte nota sobre o poeta:  "Julio Ameller Ramallo soube compreender sua missão dentro da comunidade  da nação e também compreendeu, com o tempo, quais são os fatores que humilham e  degradam o homem e para por isso, pôs a sua voz à disposição dos mais humildes  para lhes falar do perigo de quem maneja 'a subtil arte da emboscada' dos que  governam   com o código da arbitrariedade  que, no final, inevitavelmente carregam nos ombros 'o fardo insubstituível de  seus próprios cadáveres'. A obra poética de Julio Ameller contém um otimismo  contagiante, pois uma obra que tem a coragem de apontar as misérias de uma  sociedade desorientada em seus problemas não pode ser descrita como  pessimista..." . 
                  Seu  poema 'Nunca' diz em uma parte: " Essa palavra amarga, aquela que vem / da  última distância / batendo nas entranhas, / essa palavra 'nunca' / vestida de  silêncio, vestida de angústia, / trazida pelo vento que nasce das dunas / e  açoita as falésias / de amargura final, / esta palavra...". 
                    
                  LIVROS 
                  Poesia  : Da sombra e da aurora (1961); Poemas Infantis (1963); Canto à Pátria (1992). 
                  Fonte  da biografie e foto: https://elias--blanco-blogspot-com.translate.goog/ 
                   
                    TEXTO EN  ESPAÑOL – TEXTO EM PORTUGUÊS 
                    
                  
                  BEDREGAL,  Yolanda.  Antología de la poesía boliviana. La Paz: Editorial Los Amigos del Libro, 1977.  627 p.   13,5x19 cm                                  Ex. bibl. Antonio Miranda  
                    
                  UN DÍA  
                     
                           Un  día, 
                      con el corazón resucitado en la pureza 
                      veré que hay algo más 
                      que todas las estancias donde ambulo sin tregua, 
                      algo más que la sangre prisionera en la cárcel 
                      del beso y la ceniza; 
                      algo que tanto brotar de lo más hondo, 
                      quizá pueda enseñarme una razón 
                      para morir. 
   
                      Todas las campanas fundirán sus metales 
                      en la diáfana Pascua. 
                      Sus audaces metales de pregunta y espanto. 
                      Y, sin embargo, entonces, será recién entonces, 
                      cuando las montañas, con ecos inaudibles, 
                      devolverán teñidos de júbilo y de paz. 
   
                      El  insomnio ya no será la almohada 
                      y, sin embargo, 
                      qué terrible pensar en esa Pascua 
                      cuando el hombre 
                      se levantará — corazón resucitado — 
                      como un árbol que ignora las raíces, 
                      como un ojo vacío, 
                      como un nombre que ha perdido el adjetivo, 
                      como un astro sin cenit ni nadir. 
                      Porque la pureza siempre entraña soledad. 
   
                      Lázaro  sin memoria 
                      — rutilante derrotado — 
                      preguntaré a los niños el por qué del oasis 
                      y el por qué de la lágrima. 
                      En mi amarga pureza 
                      no podré desgarrar ninguna vestidura 
                      porque estaré desnudo 
                      de sueños y dolor. 
   
                      Y  llegará la Pascua 
                      Corazón resucitado en la pureza, 
                      quizá entonces conozca una razón para morir.  
                    
                  TEXTO EM PORTUGUÊS 
                    Tradução: Antonio Miranda 
                    
                    
                  UM DIA  
                     
                           Um  dia, 
                      com o coração ressuscitado na pureza 
                      verei que existe algo mais 
                      que todas as estâncias onde deambulo sem trégua, 
                      algo mais que o sangue prisioneiro no cárcere 
                      do beijo e a cinza; 
                      algo que de tanto brotar do mais profundo, 
                      talvez possa ensinar-me um motivo 
                      para morrer. 
   
                      Todos os sinos fundirão seus metais 
                      na diáfana Páscoa. 
                      Seus audazes metais de pergunta e espanto. 
                      E, no entanto, então, será recente então, 
                      quando as montanhas, com ecos inaudíveis, 
                      devolverão tingidos de júbilo e de paz. 
   
                      O  insônio já não será l almofada 
                      e, no entanto, 
                      que terrível pensar nessa Páscoa 
                      quando o homem 
                      vai levantar-se — coração ressuscitado — 
                      como uma  árvore que ignora as raízes, 
                      como um olho vazio, 
                      como um nome que perdeu o adjetivo, 
                      como um astro sem zênite nem nadir. 
                      Porque a pureza sempre entranha solidão. 
                         
                        Lázaro  sem memória 
                          — rutilante derrotado — 
                          preguntar às crianças o porquê do oásis 
                          e o porquê da lágrima. 
                          Em minha amarga pureza 
                          não conseguirei desgarrar nenhuma vestimenta 
                          porque estarei desnudo 
                          de sonhos e dor. 
   
                          E  chegará a Páscoa 
                          Coração ressuscitado na pureza, 
                          talvez então conheça um motivo para morrer. 
                    
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                  http://www.antoniomiranda.com.br/Iberoamerica/bolivia/bolivia.html 
                    
                  Página publicada em setembro de 2022 
                    
                    
                
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